terça-feira, maio 26, 2009

Seu vestir na canção...

Fico sempre a me dizer, que meu sonho de consumo é vê-la de vestido e cabelos soltos.

Aí me vem  o Alceu Valença com essa.

Já sinto tanta saudade, que brigo comigo para não lembrar.

Quero tanto carinhar, que sinto medo da aproximação.

Sinto que a mim venci, quando consigo dela não me lembrar.

Aí vem o Alceu com essa.

Com aquele vestido.

Molhado de suor.

É de enlouquecer o mais sensato dos apaixonados.

Apaixonado e sensato sentimentos antagônicos.

Sensato não é capaz de apaixonar-se.

Apaixonado sensato ainda não nasceu. 

Molhado de suor

Alceu Valença

 

Eu gosto

É de ter ver bonita

Com aquele vestido

Que eu acho que era branco

E que no fim do ano

Você tingiu de azul

Você tingiu de azul

 

Eu gosto

É de olhar teus olhos

Se espalhando na tarde

Em busca de miragens

De bolas coloridas

Que desciam do céu

Que desciam do céu

 

Eu gosto

É de morrer de sede

E é de beber teu beijo

É de tocar teu corpo

Molhado de suor

Molhado de Suor....

terça-feira, maio 19, 2009

Pensamentos me roubam o sono

Existe um que não quer calar:


"Como gostaria de levá-la aos meus lugares e conhecer os seus."

Um dia na fila da balada uma amiga pergunta. E se tiver uma “dona” que não gostar desta festa? Respondi que deixaria de ir. Amiga pergunta de novo. E se ela não gostar da Maratona de cinema do Odeon? Faço uma com ela em casa.

 

Hoje não penso dela não gostar. Gostaria tanto de com ela está. Que só me vem a cabeça estar com ela em “meus” lugares. E conhecer os seus. Sabendo que muitos descobri só para com amigos está. E de tanto frequentar. Passei a gostar e até a frequentar mais que a amiga que me levou. E como realizei o sonho de a DDK conhecer. Gostaria que ela viesse a conhecer e a gostar.

 

Os lugares que gostamos nos revelam? Nem sempre. Gosto de cinema e a DDK é realizada em um cinema. O maior de todos, que nunca saberia como é se festa lá não fosse.

 

Os lugares revelam que com amigos desejo está. E a todos gostaria de com ela está!


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Luz da nobreza

Pedro Luis/ Zé Renato

Minha folia

É a rainha

Que faz coroação

 

E seu cortejo

Traduz desejo

Alegra o coração

que vai

 

Devagarinho

Deixando o ninho

Buscando a imensidão

 

Passeio breve

Seu passo é leve

Compasso de canção

Vem

 

Pedir passagem

Seguir viagem

Até um clarear

 

De cor tão bela

Qual aquarela

Eu quero ofertar

Pra ti

 

 

Todos os brilhos

Todos os filhos

Nascidos do cantar

 

Eu trago a prenda

E a oferenda

Te tiro pra dançar

 

Dança de rei

Coisa de Deus

Deixa eu ser seu par

Rosa de luz

Rindo pro céu

Quero cortejar

E louvar

 

Agradecido

Brindo ao destino

Com versos que colhi

 

Pelo caminho

Desde menino

Poetas que ouvi

Me dão

 

Tecido nobre

De ouro e cobre

Com rendas que escolhi

 

Eu faço o manto

Junto ao meu canto

E ofereço a ti

 

Dança de rei

Coisa de Deus

Deixa eu ser seu par

Rosa de luz

Rindo pro céu

Quero cortejar

E louvar

 

Na despedida

A estrada é linda

Pra sempre um caminhar

 

E sopra o vento

Do encatamento

Certeza de voltar

É bom

 

Que seja logo

Aos céus eu rogo

Que eu volte para ver

 

Tanta beleza

Luz da nobreza

Pra sempre eu quero ter

Você e eu


Um lugar para se viver...


A MARIA REZENDE é uma poeta carioca que recentemente lançou um livro encantador chamado "Bendita palavra", onde, entre tantos versos, fui surpreendida por este: "Dentro de mim 
não é mais um bom lugar para se viver".

Este verso reflete uma necessidade de se exorcizar, um pânico de não detectar dentro de si um abrigo, uma quentura, um espaço aprazível onde caibam todos os nossos fantasmas.
 A voz que fala através da poeta tem vontade de expulsar-se de si própria, já não reconhece um sol interno - isso sou eu que estou interpretando, Maria fala mais bonito: "Teve um tempo em que esse dentro parecia com o fora/era um ótimo lu
gar pra uma moça como eu era".

Aí a personagem do poema virou uma moça diferente, hospedou em si uma criatura arrebentada, ferida, nauseabunda, e danou-se, agora ela não é mais um bom lugar para se viver.

Explica tanta coisa, esse sentimento.

Explica a gente não conseguir se relacionar bem com os outros, explica autoflagelo, explica engordar ou emagrecer além do razoável,
 explica suicídio, explica nosso estrangeirismo mesmo quando sozinhos - ou principalmente na solidão. Como lidar com esse despatriamento, para onde levar nossa mochila, nossa bagagem, nosso 
eu mesmo pra se instalar em outro corpo? Nascer de novo não dá.

Ou até dá. Até dá.

De vez em quando é necessário a gente se perguntar se dentro de nós é um bom lugar para se viver. Depois de ler Maria Rezende eu tenho me perguntado isso. E a resposta
 sem nenhum charme intelectual, sem nenhuma espécie de autoaversão, sem nenhuma inclinação underground,
 ou seja, da forma mais simplória, é que sim, eu sou um bom lugar para se viver.

Dentro de mim há pensamentos demais, o que torna tudo meio apertado, mas tenho tentado dar uma arrumada nessas idéias para que cada uma fique na sua gaveta. Há 
também sentimentos demais, mas de forma alguma vou expulsá-los, deixo que circulem à vontade pelo meu corpo. Dentro de mim as estações são bem definidas:
 verão é verão, inverno é inverno. Toca música aqui dentro quase o tempo todo, e há uma satisfação secreta que precisa se manter secreta para não passar por boba. Há crianças e adultos
 dentro de mim, todos da mesma idade. Aqui dentro existe uma praia e uma montanha coladas uma na outra,
 parece até Rio de Janeiro, só que os tiroteios são raros. O último bangue-bangue emocional que metralhou minha alma faz quase um ano. Dentro de mim estão muitas lágrimas que
 não foram choradas pra fora e muitos sorrisos que, de tão íntimos, também guardei. Dentro de mim, às vezes, são produzidas algumas cenas sofisticadas e roteiros de filme B. Como não gostar 
de viver aqui dentro?

E você, tem sido um bom hospedeiro de si mesmo?

(Martha Medeiros) 

Tento ser todos os dias. Se o dia não é bom, tento me recompensar outro dia, outro momento. Ou esperando o dia acabar, a semana e esperar o fim de semana chegar. 

Um doce.
Varios salgados. 
Muitos sons, músicas.MPBFM 
Um filme, cinema, DVD, serie...
Uma passeio no shopping, pelo centro da cidade, centro cultural...
Estar com amiga, com amigos. 
A balada de fim de semana. 
Não tenho sido um bom hospedeiro para mim as vezes, mas tento a mim recompensar sempre. 

terça-feira, maio 05, 2009

Saudade que doí digerir...

Rotina do desencontro

Alguém disse que ele a espera
no vão dos trilhos
na pressa dos dias primitivos
aguarda ela passar
Impreciso entre os outros transeuntes
disfarçado simbólico
falsamente distraído
contando os minutos duvidosos
e o retinir do peito invadindo ansiedade
E quando o horizonte inebriante de suas passadas surgem
não é só o chão que sente
seu corpo todo sente também
anestesiado pela ânsia de contato
mesmo que breve
Arqueja
Arfa
Sente o suor pegajoso de mãos geladas
E ela vai
some na neblina misteriosa que a protege
Mística quase
a tal moça do mêtro

Todo dia de manhã me perco ao te encontrar
Um dia você se encontra em mim pra variar?