terça-feira, dezembro 30, 2008

Como descobrir esse instante?

Queria o meu já.
Ontem.
Antes disso.
Mudar.
Deixar de ser.
Fazer acontecer.
Desde quando?
Ah! Como eu queria...


O instante mágico

É preciso correr riscos. Só entendemos direito o milagre da vida quando deixamos que o inesperado possa se manifestar.


Todos os dias Deus nos dá – junto com o sol – um momento em que é possível mudar tudo que nos deixa infelizes. Todos os dias procuramos fingir que não percebemos este momento, que ele não existe, que hoje é igual a ontem e será igual a amanhã. Mas, quem presta atenção descobre o instante mágico. Ele pode estar escondido na hora em que enfiamos a chave na porta pela manhã, no silêncio logo após o jantar, nas mil e uma coisas que nos parecem iguais. Este momento existe – um momento em que toda a força das estrelas passa por nós, e nos permite fazer milagres.


A felicidade às vezes é uma bênção – mas geralmente é uma conquista. O instante mágico nos ajuda a mudar, nos empurra em busca de nossos sonhos. Vamos sofrer, vamos ter momentos difíceis, vamos enfrentar muitas desilusões – mas tudo isso é passageiro, inevitável, e terminaremos nos orgulhando das marcas que foram deixadas pelos obstáculos. No futuro, podemos olhar para trás com orgulho e fé.


Pobre de quem teve medo de correr os riscos. Porque este talvez não se decepcione nunca, nem tenha desilusões, nem sofra como aqueles que têm um sonho a seguir. Mas quando olhar para trás – porque sempre olhamos para trás – vai escutar seu coração dizendo: “O que fizeste com os milagres que Deus semeou por teus dias? O que fizeste com os talentos que teu Mestre te confiou? Enterraste fundo em uma cova, porque tinhas medo de perdê-los. Então, esta é a tua herança: a certeza de que desperdiçaste tua vida”.


Pobre de quem escuta estas palavras. Porque então acreditará em milagres, mas os instantes mágicos da vida já terão passado.


Temos que escutar a criança que fomos um dia, e que ainda existe dentro de nós. Esta criança entende de instantes mágicos. Podemos sufocar seu pranto, mas não podemos calar sua voz.


Se não nascermos de novo, se não tornarmos a olhar a vida com a inocência e o entusiasmo da infância, não existe mais sentido em viver.


Existem muitas maneiras de se cometer suicídio. Os que tentam matar o corpo ofendem a lei de Deus. Os que tentam matar a alma também ofendem a lei de Deus, embora seu crime seja menos visível aos olhos do homem.


Prestemos atenção ao que nos diz a criança que temos guardada no peito. Não nos envergonhemos por causa dela. Não vamos deixar que ela tenha medo, porque está só e quase nunca é ouvida.


Vamos permitir que ela tome um pouco as rédeas de nossa existência. Esta criança sabe que um dia é diferente do outro.


Vamos fazer com que se sinta de novo amada. Vamos agradá-la – mesmo que signifique agir de maneira a que não estamos acostumados, mesmo que pareça tolice aos olhos dos outros.


Lembrem-se de que a sabedoria dos homens é loucura diante de Deus. Se escutarmos a criança que temos na alma, nossos olhos tornarão a brilhar. Se não perdermos o contato com esta criança, não perderemos o contato com a vida.


Vivamos todos os instantes mágicos de 2009!
- Paulo Coelho -

sexta-feira, dezembro 19, 2008

Pedaços...divididos!

Quem sempre perteceu...


Está dividido entre ser e ter...

Quem sempre quis pertencer, ser.

Fazer parte, completar, contribuir..

Entrar em uma vida.

Nunca desejou tanto um gosto. Um cheiro.

Cabelo, nuca, pelo e pés.

Estar a seus pés.

E aquelas tantas coisas que não faz sossegar.

Não pode ser, ter, pertencer.

Não pode ler, ouvir, ver, viajar, sonhar.

Sem admitir

Ela não lhe pertence.

Sua emoção lhe domina.

Sem ela perceber.

Ela sempre cita.

Sem merecer.











FALTANDO UM PEDAÇO

Djavan

O amor é um grande laço, um passo pr'uma armadilha

Um lobo correndo em círculos pra alimentar a matilha

Comparo sua chegada com a fuga de uma ilha:

Tanto engorda quanto mata feito desgosto de filha

O amor é como um raio galopando em desafio

Abre fendas cobre vales, revolta as águas dos rios

Quem tentar seguir seu rastro se perderá no caminho

Na pureza de um limão ou na solidão do espinho

O amor e a agonia cerraram fogo no espaço

Brigando horas a fio, o cio vence o cansaço

E o coração de quem ama fica faltando um pedaço

Que nem a lua minguando, que nem o meu nos seus braços


sábado, dezembro 13, 2008

Feminino

De se viver

De se morrer por ela

 

Em direção a emoção sem  em meu aval.

 

Rouba

O sono

O filme

O livro

A canção

 

Em todas as situações ela é Capitu.

Olhos de ressaca, de cigana oblíqua e dissimulada.

 

Dona

Guardiã

Proprietária

Possuidora

 

Não querendo

Não sabendo

Só podendo

Dona do sentimental