quarta-feira, outubro 31, 2012

Queria ser este você de alguém...


Amar
Carlos Drummond de Andrade

Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer, amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão

rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho,
e uma ave de rapina.
Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor à procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta mesma de amor,
e na secura nossa, amar a água implícita,
e o beijo tácito, e a sede infinita.

(Carlos Drummond de Andrade)



quarta-feira, outubro 03, 2012

Enquete da comu do Festival no Face

Quero fazer uma enquete: vocês gostam de acompanhar o Festival sozinhos, chamam alguém, ou estão sempre acompanhados?


R: Na grande maioria das vezes sozinho. Mas eu preferia assisti todos os filmes agarradinho numa dona. Lanchar entre os filmes com ela e jantar depois come ela. Mas se a vida fosse assim eu não veria filmes, viveria uma história de amor, não gostaria tanto de filmes de amor , que tanto alimentam minha fantasia...




Se fosse assim acabaríamos todos sem coração. Só quebram por que entreguemos a quem não devíamos. Deixe o coração com o proprietário, pois se ele quebra, um dia cedo ou tarde terá a tua justiça... mesmo não acreditando nela...